Apesar de tudo o que vemos nos documentos sobre a
necessidade de um tratamento diferenciado aos adolescentes por eles estarem em
fase de formação, particularmente (pela experiência própria de minha formação e
de outras pessoas que conheço - e pela lógica e psicologia -, acho errado,
porque sabemos que mesmo uma criança deve ter limites claros e consequências
para os casos de se descumpri-los; e sabemos que essas crianças, tendo certeza
que serão responsabilizadas com algo que lhes seja desagradável (desde o ficar
sem TV por um curto período de tempo até ficar PRESA [em casa, não podendo sair
para brincar durante um tempo maior, compatível com sua idade]), pensarão duas
vezes antes de fazer algo ERRADO, mas que se não tiver consequências
desagradáveis, muitas vezes o que lhes é falado, aconselhado, admoestado,
"entra por um ouvido e sai pelo outro". Assim, nem que fosse poder
dizer que o adolescente comete é CRIME mesmo quando faz algo tipificado como
tal, e que está sendo é PRESO mesmo quando é recolhido àquele local em que
ficam até três anos (porque se tem grades e/ou muros e segurança para que não
possam sair quando quiserem, como escamotear e dizer que não é prisão), deveria
ser possível.
Acho certo que não fiquem junto com os adultos, mas inventar
situações e nomes que diminuam o crime que cometeram é tornar a realidade deles
ilusória, e quando chegam à idade adulta não estão preparados para a vida real.
Esse também é o caso de dizer que não podem trabalhar. Ora,
se não trabalham (nem mesmo duas ou quatro horas) quando são adolescentes, como
vão ter conhecimento prático e gosto pelo trabalho quando crescerem? É por isso
que acho um absurdo esses programas e ONGs que só ensinam música, dança e
teatro para as crianças e adolescentes. Era preciso ensinar ofícios (desde o de
pedreiro, passando pelos trabalhos artístico-artesanais utilizáveis no dia a
dia das pessoas [e que, por isso, são compráveis mesmo pelas pessoas que não
adquirem arte pela arte], até os de trabalhos em escritórios nas diversas
possibilidades, das mais simples às mais complexas). E mais: dizer que não podem trabalhar porque essa é a época de estudar é MEIO certo, porque a maioria mal vai à escola e não faz mais nada relacionado ao estudo. Se fosse para estudar mesmo e ainda fazer algum curso teórico e outros práticos, aí sim poder-se-ia falar em não trabalhar para estudar!
É isso. Penso que somente assim a criançada cresceria mais
consciente para viver mais tranquilamente no mundo adulto!