07 MAI 2015 - 20:51
Nove entidades representativas
de policiais militares da ativa e reserva, em nota de repúdio conjunta,
apontaram o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini,
como “inimigo número um” da corporação. Esta é a segunda nota contra o titular
da pasta, que ontem foi alvejado por um manifesto de 16 coronéis.
De acordo com o manifesto,
Francischini é merecedor do repúdio porque culpa os policiais, que viajaram do
interior como se fossem animais amontoados em micro-ônibus, tiveram suas
diárias pagas com atraso, e rigorosamente cumpriram as ordens do próprio
secretário.
As entidades estão bronqueadas
pela acusação que “Batman” fez esta semana contra o ex-comandante geral da PM,
coronel César Kogut, de que ele seria o responsável pelo massacre dos
professores no último dia 29 de abril, as associações de PMs foram à forra:
“Na função de Secretário de
Segurança Pública, retirou recursos da PMPR, deixou 57% da frota parada por
falta de manutenção, atrasou o pagamento das empresas prestadoras de
atendimento à saúde, atrasou diárias, terço de férias, promoções e progressões,
e não pagou nenhuma parcela transitória de ensino aos militares que ministram
aulas nos estabelecimentos de ensino militar”, diz um trecho do documento.
A seguir, leia a íntegra da nota
de repúdio a Francischini:
NOTA DE REPÚDIO ÀS DECLARAÇÕES
DE FERNANDO FRANCISCHINI
“Deus poupou-me o sentimento do
medo”, JK.
As entidades verdadeiramente representativas
da família miliciana vem repudiar as declarações veiculadas pelo jornal Gazeta
do Povo, de 04 de maio de 2015, na matéria “Em coletiva, Francischini nega ter
sido responsável pelo comando da operação no Centro Cívico”:
Cinco dias depois da ação
policial que deixou mais de 200 manifestantes feridos no Centro Cívico, o
secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Francischini, negou ser
responsável pela operação. De acordo com ele, todo o planejamento e execução
foi de responsabilidade do comando da Polícia Militar (PM). Francischini disse
que “lamenta” os feridos, mas disse que aguarda investigações para saber se
houve desproporcionalidade na ação. Ele voltou a responsabilizar “grupos
radicais” pelo episódio. (…)
A frase que epigrafa este
manifesto foi proferida pelo presidente Juscelino Kubitschek, que foi coronel
da PM mineira, antes de se lançar na vida pública através do voto popular. Ela
ilustra um dos valores da vida militar, a coragem, e tem seu contraponto no
mais vil dos defeitos, a covardia. Inclusive, na guerra, a covardia é punida
com a morte, podendo ser executada na hora, sem necessidade de julgamento. A
falta de coragem para assumir seus atos merece o repúdio dos militares e de
todas as pessoas de bem.
É vergonhosa a tentativa de
colocar a culpa nos policiais militares ou nos professores, pelos lamentáveis
episódios ocorridos no último dia 29 de abril, no Centro Cívico. Conforme
noticiou o Blog do Esmael, no dia 25, Francischini participou de uma reunião na
Assembleia Legislativa para tratar das operações a serem desenvolvidas na
proteção ao parlamento paranaense. Ele esteve presente em todos os momentos,
antes, durante e após o confronto entre policiais e manifestantes.
Ao negar que conduziu o processo
de repressão aos professores, Francischini se confessa omisso, pois o artigo 3°
da Lei Estadual nº 16575/2010, determina: A Polícia Militar, […] subordina-se,
operacionalmente, ao Secretário da Segurança Pública do Estado do Paraná.
Além do mais, se não bastasse o
ordenamento jurídico, é oportuno lembrar Max Weber, que afirma: “o monopólio da
violência cabe ao Estado, seja ele por ação ou omissão”. Sendo de conhecimento
do secretário a participação de pessoas infiltradas no movimento, ele tinha a
obrigação de identificá-las e determinar que fossem retiradas do local. Se
observou qualquer excesso da PMPR, deveria determinar a cessação imediata.
Francischini, é hoje, o inimigo
número um das Polícias Militares do Brasil. Em quatro anos de parlamento não
aprovou nenhuma lei que beneficiasse os militares estaduais, não colocou em
pauta a PEC 300, e ainda aprovou uma lei que transformou as Guardas Municipais
em polícia, distanciando-as das PMs com a proibição da realização de cursos nos
estabelecimentos militares.
Na função de Secretário de
Segurança Pública, retirou recursos da PMPR, deixou 57% da frota parada por
falta de manutenção, atrasou o pagamento das empresas prestadoras de
atendimento à saúde, atrasou diárias, terço de férias, promoções e progressões,
e não pagou nenhuma parcela transitória de ensino aos militares que ministram
aulas nos estabelecimentos de ensino militar.
Culpar os policiais, que
viajaram do interior como se fossem animais amontoados em micro-ônibus, que
tiveram suas diárias pagas com atraso e que rigorosamente cumpriram as ordens
de Fernando Destito Francischini; ou culpar os professores, que lá estavam
protestando legitimamente, é merecedor do repúdio conjunto da AMAI e das
maiores associações representativas de militares estaduais do Estado e da
Nação, que somadas possuem mais de 50 mil sócios em contraposição aos 500
sócios da APRA-PR, que preferiu o “peleguismo” a defender a classe miliciana.
Associação de Defesa dos
Direitos dos Policiais Militares Ativos Inativos e Pensionistas – AMAI;
Associação Nacional de Entidades Representativas de Militares e Bombeiros –
ANERMB; Associação da Vila Militar – AVM; Clube dos Oficiais da Polícia Militar
do Paraná – COPMPR; Sociedade Beneficente de Subtenentes e Sargentos – SBSS;
Clube Recreativo e Esportivo da Polícia Militar de Umuarama – CREPOM; Grêmio
Recreativo e Esportivo da Polícia Militar de Foz do Iguaçu – GREPOM; Associação
dos Policiais Cabos do Paraná - APCS PR; e Associação dos Bombeiros de
Guarapuava - FÊNIX.
http://www.esmaelmorais.com.br/2015/05/em-nota-de-repudio-pms-afirmam-que-francischini-e-inimigo-numero-um/. Acesso em: 08/05/2015.
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