O escrito a seguir foi feito para ser publicado num jornal de um colega da Guarda Municipal, mas como está demorando muito para sair lá, ei-lo!
Com doze anos de idade entrei na Guarda Mirim de Foz do Iguaçu, uma instituição maravilhosa que, naquela época, proporcionava três refeições diárias, cursos, esportes, atividades laborais remuneradas (que ajudava na minguada economia familiar da maioria de nós e na formação da personalidade voltada para a disposição para o trabalho) e, sendo extremamente semelhante às instituições militares, o uso de “farda”, a prática de “ordem unida”, “formatura” diária para hasteamento e arriamento da Bandeira Nacional e o convívio com o sistema de graduação que ia de soldado até coronel, além do uso do “nome de guerra”.
Logo depois, com dezoito anos e meio, entrei na Polícia Militar, tendo feito a Primeira Escola de Soldados do 14º BPM, portanto, continuando com o uso do “nome de guerra”.
“Agora”, na Guarda Municipal desde 1994, continuo com o “nome de guerra”.
Assim, com essa experiência toda, e como nunca pude usar meu próprio nome como “de guerra”, porque sempre já havia outros “Valdires”, e insatisfeito com isso, e que certa vez pedi usar o nome Valdir II, e que foi indeferido com o argumento de que o II não faz parte de meu nome e que precisa fazer para que, no nome inteiro, seja destacado o “de guerra”, resolvi argumentar o seguinte:
1º) É fácil resolver o problema do destaque do nome, porque, na verdade, isso não é necessário: basta que, quando precisar colocar o nome inteiro e o “de guerra”, se coloque este num quadro distinto ou à frente daquele, entre parênteses;
2º) É importante termos outra possibilidade além do nome, dos sobrenomes e de suas combinações e/ou abreviações, porque pode acontecer situações em que todas essas opções sejam incompatíveis.
Portanto, seria interessante e é possível estabelecer que o “nome de guerra” possa ser o nome e o acréscimo de algarismo romano, possibilitando que eu, por exemplo, que gostaria de ser conhecido pelo meu primeiro nome, não mais fosse obrigado a permanecer com o sobrenome.
Aliás, o “nome de guerra” poderia ser, inclusive, um apelido, restringindo-se apenas aqueles que sejam chulos, ofensivos ou depreciativos, fazendo com que, novamente no meu exemplo, pudesse pedir para usar algo como o já consagrado Naná.
Outra coisa, que já ajudaria um pouco: como bem me lembrou o Inspetor de Área D. Johann, quando um é graduado e outro não, poder-se-ia os dois usarem nomes iguais, porque antes do nome vem a graduação e isso já é suficiente para não haver confusão.
Ah! Sempre coloquei “nome de guerra” entre aspas por não concordar com essa terminologia, porque não estamos em guerra. Penso que seria mais conveniente, mais de acordo com uma Instituição que quer ser “comunitária”, usar o termo “nome de guarda” ou “nome único”, neste caso significando que não há outro igual.
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