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Foz do Iguaçu, Paraná, Brazil

domingo, 27 de novembro de 2011

Quando

Quando alguém te ferir,
E você tentar sorrir
Mesmo que seja para a dor encobrir
E não conseguir;

Quando não tiver um caminho a seguir
E ainda tentarem te destruir;

Quando perceber que sentiu tudo que agüentava sentir
E ver que muita coisa ainda há de vir;

Quando você passar horas a refletir
E não conseguir se decidir;

Quando sentir que os amigos estão a fugir
Por mais que esteja tentando a eles se unir;

Quando sentir que tem algo a transmitir
Que faça alguém sorrir;

Quando um chamado você ouvir
E sentir que deve seguir,
Que com ele algo de bom vai construir,

Você deve ir
Mesmo que barreiras tenha que destruir
Sua vida vai progredir
E o futuro para você vai sorrir.

Foz, 21/01/85

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Caminho

De um momento para outro brota grande felicidade...
Você sente que encontrou o caminho.
De repente
Vê que ainda está perdido...

Vem novamente a depressão,
Fica completamente sem rumo.
Nestes momentos tudo é errado,
Tudo é contradição...

Mas...
Apesar de tudo,
O sofrimento interior é compensador.
Depois dele, a vida passa a ter novo sentido,
Sempre para melhor.

Sempre
O caminho é encontrado,
Pelo amor ou pelo sofrimento.
O encontrado pelo amor é ótimo,
Mas,
O encontrado pelo sofrimento é muito firme...

Todos são interessantes,
Muito válidos...

Foz, 02/01/85

domingo, 20 de novembro de 2011

Estudos policiais

Ultimamente estou fazendo cursos da Senasp toda vez que abre novos ciclos. Acho que já tenho uns quinze.


São cursos excelentes, a maioria voltados especificamente à formação policial, mas tem, também, por exemplo, cursos de língua portuguesa, castelhano e inglês.


Na verdade agora é obrigatório (para podermos portar armas) que façamos pelo menos oitenta horas de cursos teóricos e práticos por ano, incluindo prática de imobilização, uso de armas letais e não-letais (ou menos-letais, como alguns preferem chamar).


Quando faço esses cursos, excelentes como um que fizemos há alguns anos durante uma semana, dia inteiro, na Uniamérica, fico pensando: Os guardas estão constantemente estudando sobre segurança pública, mas os administradores não e, por isso, como dependemos deles para desenvolver nossas atividades, ficamos sabendo como deve ser mas sem poder agir. Seria necessário que o prefeito e o secretário da administração participassem dos cursos que estamos tendo para que entendessem o que é policiamento comunitário e compreendessem a importância de investir nele.


Outra coisa que fiquei pensando ultimamente, depois de um curso de abordagem, é que nós passamos saber fazer uma abordagem, mas as pessoas em geral não aprendem a ser abordadas. E isso é sério, porque quase todo mundo não entende a gravidade que pode estar envolvida nas abordagens policiais: não sabem se o policial está abordando porque algum facínora que acabara de cometer um crime hediondo tinha características parecidas com o abordado, etc. Portando, já passei a defender que nossa instituição, a Guarda Municipal de Foz do Iguaçu (e quantas outras instituições policiais que queiram adotar) busque realizar “Curso de Abordagem I” para crianças e adolescentes I (12-14 anos) e “Curso de Abordagem II” para adultos e adolescentes II (15-17 anos) para que não coloquem suas vidas em perigo quando de uma abordagem, ensinando-lhes que “na hora da abordagem não é o momento para questionar a ação do policial ou tentar evadir-se dela, sendo que, caso acredite ter havido arbitrariedade, abuso de poder, etc., que busque os meios legais depois da ocorrência”.


Eu, por exemplo, certa vez fiz a abordagem (juntamente com dois colegas) de quatro ocupantes de um carro. Era noite e os vidros de trás tinham películas que dificultavam nosso visão do interior do veículo: os ocupantes não obedeceram a ordem de colocar as mãos na cabeça e ficaram questionando, dizendo que eram cidadãos trabalhadores, etc. Mas eu e meus colegas estávamos muito tensos, imaginando que aquela abordagem inevitavelmente acabaria em troca de tiro, porque aquele caro (e a quantidade de pessoas) batiam totalmente com as características que havíamos recebido por rádio de uma tentativa de assalto em que feriram um policial militar e trocaram tiros com uma equipe de guarda municipais. Portanto, é absurda a ideia que existe por aí de que “bandido tem cara de bandido”, ou de que “o polícia tem que saber que eu sou gente boa”, como se estivesse estampado na cara que a pessoa é boa, meio boa, má ou muito má!


Outro exemplo hilário: Uma vez uma equipe de colegas meus (quando eu ainda era policial militar) chegou num “bailão” e solicitou que todos os homens “fossem pra parede”, mas viram um ancião (bem velhinho mesmo) numa das mesas e um dos policiais disse:


- Você não, vovô. Você pode ficar sentado!


Logo depois outro policial viu o vovô indo com uma faca em direção às costas do policial que falara para ele ficar sentado. Alerta dado, contenção realizada, perguntaram o motivo da tentativa de homicídio e, para surpresa de todos, o velhinho disse:


- Vocês acharam que eu não valho nada? Eu queria provar que precisavam ter cuidado comigo também!


Na visão do velhinho ele havia sido menosprezado. Na visão do policial, o velhinho estava sendo respeitado ao ser liberado do processo de revista.


Portanto, toda abordagem policial precisa ser, na verdade, o contrário do que diz a Justiça e a cultura geral, que “todo mundo é inocente até que prove o contrário”. O policial, na hora da abordagem, precisa considerar que “todo mundo é uma potencial ameaça, até que, depois da revista e da identificação, possa perceber que não”. Aí se tranquiliza, agradece a colaboração, explica o motivo da abordagem e “segue trabalhando”.


Porém, apesar dessa visão diversa da apregoada no dia-a-dia, o policial precisa ser, sempre, o máximo possível educado. Mas quando o abordado entender que não está sendo, que mesmo assim siga as orientações e, depois, busque os recursos, como já está dito acima.

Teoria das Finanças Públicas

“Do nascimento à morte, nossas vidas são afetas de inúmeras maneiras pelas atividades do governo. Nascemos em hospitais subsidiados, quando não públicos... Muitos de nós recebemos uma educação pública... Virtualmente todos nós, em algum momento de nossas vidas, recebemos dinheiro do governo, como crianças – por exemplo, através de bolsas de estudo –; como adultos, se estamos desempregados ou incapacitados; ou como aposentados; e todos nós nos beneficiamos dos serviços públicos". (Joseph Stiglitz, “Economics of the public sector”).

“Um príncipe não pode praticar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados bons... Nunca se procura fugir a um inconveniente sem incorrer em outro e a prudência consiste em saber conhecer a natureza desses inconvenientes e tomar como bem o menos prejudicial”. (Maquiavel, O Príncipe).

Existe a ideia generalizada de que o mercado pode controlar, pela lei da oferta e da procura, a disponibilidade e preço do que as pessoas necessitam. Mas na realidade não é bem assim, porque bens públicos – que não geram concorrência ou exclusão – não têm como ser disponibilizado pela iniciativa privada, porque não geraria lucro, que é o objetivo último dos capitalistas. Assim, faz-se necessária a participação do Governo na oferta de bens, tanto tangíveis quanto intangíveis, e para isso ele precisa recursos (que são obtidos através de impostos).

Muita gente diz que não usa os serviços públicos e que, por isso, deveria pagar menos ou não pagar impostos. Mas na realidade todos usam serviços públicos em maior ou menor proporção, sendo que, mesmo que use pouco, o serviço está à disposição para que qualquer um, caso necessite, use-o em sua plenitude. E isso é que justifica ninguém poder abdicar de pagar os impostos.

Alguns serviços ficariam muito caros se fossem oferecidos por várias empresas (que teriam a concorrência como regulador) – como a energia elétrica ou a água tratada, que se houvessem várias empresas teria que ter várias estruturas (que são caras). Nestes casos surgem os monopólios naturais, sendo que aí o Governo precisa regular o preço ou oferecer ele mesmo o serviço.

Outra situação em que o Governo deve intervir é quanto às externalidades (que são ações individuais que beneficiam ou prejudicam a coletividade ou parte dela). Por exemplo, se uma pessoa ou empresa está poluindo um rio ou o ar, está causando prejuízo para muita gente; ou se está recuperando uma mata ciliar, está beneficiando a si mesmo e à coletividade. Nestes casos o Governo estipula multas e/ou penas para fazer com que uma externalidade negativa seja cessada ou não praticada, ou pode dar incentivos e subsídios para que as externalidades positivas sejam implementadas e praticadas.

Por fim, o Governo deve interferir, também, através de crédito e outros mecanismos, para o desenvolvimento econômico da sociedade, fazendo com que haja mais empregos, mais renda e, assim, mais qualidade de vida.

Portanto, dizer que o Governo não deveria existir é não saber da sua imprescindibilidade (mesmo quando eivado de certos problemas).

GIAMBIAGI, Fabio. ALÉM, Ana Cláudia. Finanças públicas: teoria e prática no Brasil. 2ed. São Paulo: Campus, 1999. (Unidade 1 - páginas 19 a 26).

sábado, 19 de novembro de 2011

Direção ao Mar

Quando nasci era quase nada...
Cada dia que passava tornava-me maior,
Com mais experiência.

Já tendo corrido tempos,
Tornava-me mais forte
E vencia barreiras.

Caminhava com dinamismo em direção ao Mar.
Mas sozinho não conseguiria achar o caminho,
Então me ajuntei ao Grande Rio.
Ele sabia o caminho.

Com a junção, ajudei usinas se moverem.
Irrigava plantas e elas ficavam fortes,
Passavam a ter confiança em suas produções...

Depois de percorrer anos,
Houve o fim.
E foi bom,
Pois sem ele não teria chegado onde mais queria:
O Mar!

E como é bom estar no Mar!
Isto aqui é eterno,
Não tem corredeiras nem cachoeiras;
É lindo,
Indescritível...

Como é gratificante ter-me filiado ao Grande Rio,
Ter dado forças para usinas e ter irrigado plantas!
Agora desfruto de tudo Isto aqui...

Foz, 15/01/85

Cataratas do Iguaçu

Até o dia 11.11.11, antes das 11h11 da Suíça, eu podia dizer que esta maravilha era "apenas" "a oitava maravilha do mundo". Agora já sei que não é a oitava, mas "uma das sete maravilhas (naturais) do mundo".

O Detestável Público

Nota: Esta “opinião” foi copiada exatamente como está na: Revista ÉPOCA de 7 de novembro de 2011, p.19 (Com autorização da Editora Globo).



Dizem os pessimistas que a política é um circo – de horrores, talvez. Pois estão errados, e a culpa é, em grande parte, do público.

No circo, a plateia é chamada de "respeitável público" e faz por merecer o tratamento. Ela come pipoca, bate palmas, ri do palhaço, arregala os olhos quando o leão entra no picadeiro, suspira com os volteios da trapezista, de pernas esguias e biografia misteriosa. No circo, o público é família. Mesmo no circo romano, o Coliseu, os espectadores costumavam se dar algum respeito – e eram respeitados pelo imperador, que, vez ou outra, consultava o povo sedento de sangue para saber se um gladiador imobilizado pelo oponente deveria ou não deveria ser executado na arena. Os lutadores e o soberano se dobravam às predileções da turba, que não estava lá para contemplar mesuras e boas maneiras. De sorte que até mesmo ali, a seu modo rude e animalesco, o público era respeitável.

A política de nossos dias não é um circo, nem mesmo de horrores: ela é pior, e isso não porque os políticos desrespeitem o público, mas porque o público abdicou do próprio respeito. Às vezes temos a sensação de que o público em nome do qual se faz a tal política é repugnante, talvez mais do que as pequenas multidões que gargalhavam quando a cabeça dos nobres tamborilava aos pés da guilhotina, no terror da Revolução Francesa. O público é detestável.

Na semana passada, tivemos mais uma prova abrasiva dessa verdade. Imediatamente após a divulgação da notícia de que o ex-presidente Lula contraiu câncer na laringe, entrou em atividade, na internet, um vulcão de baixarias preconceituosas, ofensivas, injuriosas, para agredir um ser humano que adoeceu. Nas redes sociais, um grupo lançou uma campanha para tripudiar. Entre outras maldições, sentenciaram Lula a ir procurar seu tratamento no SUS, e
proclamaram: "É melhor ele continuar vivo, ainda que sem voz, e parar de envenenar o mundo com suas palavras ignorantes".

É claro que não podemos generalizar: não é a totalidade dos frequentadores das redes sociais que se comportam como hienas histéricas, como urubus descompensados, como trogloditas virtuais. Mas é claro, também, que são muitos. São milhares. Tanto que se tornou impossível ignorá-los. Eles constituem um sintoma grave – sintoma em todos os sentidos, do farmacológico ao psicanalítico – em que o ódio de classe atropela o debate das ideias.

Sim, ódio de classe. Quem manda Lula ir se tratar no SUS declara ódio contra Lula e também contra o SUS, contra a lei, contra tudo o que guarde uma reminiscência de assistência social e de pobreza. Esse discurso reedita a velha máxima brasileira: "Aos amigos tudo, aos inimigos, a lei". Traduzindo: o SUS é a lei, e a lei só pode fazer mal; o SUS é como as penitenciárias; todo serviço público é odioso. Essa gente se recusa a admitir que, no SUS, muitos de nós já nos tratamos com sucesso, nem que tenha sido uma única vez na vida, embora a administração pública ainda padeça os males causados pelos ladrões e pelos parasitas incompetentes. Essa gente se enfurece porque Lula foi atendido num hospital de elite, mais ou menos como a personagem caricata da novela das 9, Tereza Cristina, se destempera, aos urros, porque a ex-pobretona Griselda ganhou na loteria e comprou uma casa no mesmo condomínio de luxo em que ela, a afetadíssima Tereza Cristina, tem sua mansão. O detestável público que agora insulta Luiz Inácio Lula da Silva é uma massa ignara de Terezas Cristinas esbravejantes, defendendo aos tapas seu condomínio imaginário. Condomínio que, honestamente, é uma favela moral de palácios com vidro à prova de bala (o SUS é melhor, inclusive para a saúde).

Antes falávamos do câncer e da aids como metáforas de fenômenos menos visíveis. Agora somos forçados a decifrar, na internet, de onde vem a metáfora do ódio e, pior, para onde ela aponta. Um câncer de laringe num líder populista é metáfora? Evidentemente, sim, mas a fúria espalhafatosa que ele atrai é presságio de doença mais preocupante.

Faz décadas, Nelson Rodrigues caçoou de Otto Lara Resende atribuindo a ele uma frase que se tornaria célebre: "O mineiro só é solidário no câncer". Naquele tempo, o público ia ao teatro. Hoje, o público não sabe o que é solidariedade. Nem no câncer. Se ele não se der ao respeito, não haverá mais política. O debate de ideias sucumbirá ao desejo de exterminar o outro. E a voz do povo será a voz da treva.

Eugênio Bucci é jornalista e professor da ESPM e da ECA-USP

Crise Existencial de Deus

José da Silva*

Por que Eu esperaria meu filho – que vejo tonto, ignorante, sofrendo, precisando de ajuda – ter que pedir (e ainda mais, ter que pedir “do jeito certo”) para só então lhe dar algo que lhe será útil, benéfico e enaltecedor?

Não é problema psico-afetivo isso? Não é carência efetiva que leva a ações dessa natureza?

E quando Eu desse algo, por que ficaria ofendido e enraivecido caso meu querido filhinho nem me agradecesse? Esse tipo de sentimento não é, também, denotador de desvio de personalidade? Um ser inteligente e sadio psicologicamente não se satisfaz em ver que pôde ajudar e que essa ajuda deixou o outro melhor e mais feliz?

Quanto às orações: Eu, sendo Deus, poderia atender a todos que rezam (oram) pedindo coisas boas? Não podendo, qual é o critério para atender ou não? É Minha própria onisciência? Então, de que adianta pedirem-Me algo, se só farei segundo meus próprios princípios de verdade, coerência e importância?

Então: Eu ajo por padrões inerentes a problemas de personalidade, ou ajo pelos princípios que devem reger alguém sadio psicologicamente?

Se ajo daquela forma, que Deus sou Eu, que sou suscetível aos sentimentos baixos da humanidade? Se ajo desta maneira, de quê adianta pedirem ou agradecerem, se Eu já percebo e faço o que é melhor antes de alguém precisar pensar ou sentir tal necessidade, e quando faço, faço sem querer nada em troca, nem agradecimentos, porque não Sou “sentimentalão” nem interesseiro e, portanto, me satisfaço em ver o bem que fiz “de graça”, apenas porque fazer o bem é, em si, satisfatório, porque correto, porque em mim não existe incorreção.

Mas, se é desta maneira que ajo, e não daquela, por que não está “tudo da melhor forma possível” no mundo? Será que ajo daquela maneira, ou tento agir desta maneira e não consigo? Se tento algo bom e não consigo, novamente, que Deus sou Eu?

Ou será que não sou Eu quem está em crise existencial? Não seria quem fala de Mim que tenta transpor para Minha personalidade suas próprias fraquezas?

O ideal seria ninguém tentar entender-Me por isso ser algo totalmente impossível, ou existe certa possibilidade para eles (todo e qualquer ser dotado de inteligência) dizer algo coerente sobre Mim?

Só deixo uma reflexão, uma reflexão que foi feita por um pequeno ser humano, um homem comum, que considerava sem importância toda sua existência, mas que ousou (mesmo sentindo um certo medo de ser castigado por Mim, por pesadelos próprios ou pelos seus semelhantes) dizer o seguinte:

“Se eu fosse Deus, não deixaria existir nada de mal; não deixaria ninguém sofrer nem muito menos se perder para eternamente chorar e ranger os dentes no inferno. Não esperaria, portanto, que um pobre sofredor precisasse saber pedir, nem esperaria ele ter que pedir: dar-lhe-ia tudo de bom e de melhor, inclusive a capacidade de, com tudo isso, continuar bom, simples, humilde e, portanto, feliz e – se é que é – salvo.

“Outra coisa: sendo eu Deus, portanto onisciente, nunca nem precisaria fazer como dizem alguns que Deus deveria mandar um raio para fulminar os maus, os que trazem desgraças aos bons que existem pelo mundo, porque ainda antes da concepção eu já interviria para que as junções óvulo-espermatozóicas somente ocorressem quando disso fosse resultar pessoas boas e felizes”.

Portanto, com tantas contradições entre o que dizem que Sou, ou sou como dizem e não sou bom, ou sou realmente bom e não sou o que dizem que sou. Ou, então, pode ser que Eu seja diferente: pode ser que Eu nem aja no mundo, que tenha preferido deixar que tudo siga aleatoriamente, num verdadeiro caos, num verdadeiro pandemônio, cada um jogado à própria sorte. Ou, por fim, sei lá, e se Nietzsche acertou algo? E se Descartes errou ao ultrapassar a idéia do gênio enganador e, na verdade, além de enganar quanto à existência de tudo, inclusive dos seres materiais, esse gênio mesmo for uma enganação, mas uma enganação que ri de tudo o que todos fazem e pensam, tendo que, segundo a visão desse gênio, tudo não passa de ilusão, ou ignorância, ou perda de tempo, ou um drama, que às vezes, só às vezes, parece comédia, que sempre termina em tragédia e, depois, em nada, em nada absoluto?

* José da Silva é um ex-padre que resolveu afastar-se para uma vida campesina de subsistência e espera. Espera por algo que, segundo diz, nem sabe se virá.

E-mail para contato: expadrejose@hotmail.com

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nossa Bandeira Poderia Ter Vermelho

Estive estudando as cores das bandeiras de diversos países e notei que o vermelho está em muitas (mas, muitas mesmo) e o interessante é que esta cor está nelas para representar a luta do povo pela independência ou por tudo o que se precisa lutar (mesmo que não seja luta armada, com derramamento de sangue - que, a princípio, poderia fazer crer). Ou está para representar a garra do povo. Ou está para representar ambas as coisas.



Eu gostaria de ter o vermelho em nossa Bandeira, porque acho a cor mais bonita e penso que realmente representa este aspecto que está presente na maioria dos brasileiros, porque tudo de bom que já conseguimos até hoje foi com carra e muita luta! O vermelho poderia ser a cor das letras "Ordem e Progresso" (que muita gente não lembra qual é quando é inquirido à queima-roupa); ou poderia ser a própria faixa que hoje é branca, deixando, nesse caso, as letras na cor branca... Além de que braca já são as estrelas!



Não me lembro bem, mas acho que logo que o Lula foi eleito eu mandei um e-mail sugerindo isso a ele!

Alternativas para a Estrada do Colono

Já divulguei por aí que deveria ser feito um túnel para resolver o dilema da Estrada do Colono. Bem, quase já divulguei, porque levei num Jornal e nunca foi publicado... Mas não muito tempo depois saiu uma matéria parecida com a minha, com algum avanço que já colocava até a Unesco no meio da solução. Outra hora explico melhor; por agora aí vai a minha ideia que tinha sido levada para o dito Jornal:

Tendo em vista que a Estrada do Colono torna a ligação entre o sudoeste e o estremo oeste do Paraná muito mais rápida e econômica que a pelo contorno do Parque Nacional do Iguaçu - PNI, e que vários anos já se passaram após o início da luta entre defensores de sua manutenção e especialistas em ecologia que dizem que tal fato é muito prejudicial à fauna da região, três são as alternativas: a) desenvolver um antigo projeto do Sr. Antônio Bordin, onde seriam construídas cercas em toda a extensão da estrada, fazendo-se pontes sobre os desníveis existentes naquele percurso, possibilitando que os animais passem de um lado para o outro com segurança; b) construir uma “ponte” acima das arvores, deixando toda aquela extensão livre para o trafego de animais, como me sugeriu um importante formador de opinião aqui de Foz do Iguaçu; c) fazer um túnel ligando os dois lados do Parque, deixando sobre ele terra suficiente para que a flora se desenvolva.

A primeira alternativa “é a mais lógica”, porque é a mais barata, mas muitos especialistas em ecologia dizem ser ineficiente, pois ficariam barulho e poucos espaços de trânsito para os animais. A segunda é interessante porque resolveria o problema do espaço de tráfego dos animais, mas, apesar de eu não ter conversado com especialistas em ecologia sobre ela, provavelmente argumentarão que o barulho dos veículos, mesmo sobre as árvores, espantaria os animais a ponto de causar tanto dano quanto a estrada ora contestada. Portanto, a terceira alternativa parece-me a menos danosa – ou mesmo “não danosa” – à Natureza, porque o barulho, sob uma camada de terra razoável, seria mínimo, ou até inexistente.

Muitos, ao lerem essas duas últimas alternativas, devem estar achando que são “maluquices” não viáveis economicamente. Mas não são, porque, já que a integridade do PNI naquela região é tão importante, e os gastos para dar-se a volta pelo seu lado leste são enormes, qualquer investimento para resolver esse impasse é válido; ainda mais que uma ponte sobre as árvores ou um túnel “só para preservar a Natureza” traria enorme credibilidade ao Brasil e, com certeza, se tornaria grande ponto turístico. Além disso, apesar de eu achar que é viável e função do poder público arcar com tal empreendimento, uma ou outra construção desse porte e com tais características poderia ser arcada até pela iniciativa privada, que em troca exploraria pedágios e comércios nos dois extremos do Parque.

Outra coisa: Por que não fazer uma “Ponte” ou um Túnel entre o oeste e o sudoeste do Paraná, numa extensão pouco maior que a “Rio-Niterói”, menor que o “Eurotúnel” e várias outras obras do gênero, onde a mata é, segundo os especialistas em ecologia, um mar verdejante intocável em que só as alternativas da transposição por cima ou por baixo seriam ponderáveis, tal como o ocorrido entre Rio e Niterói e entre Inglaterra e França?

Espanhol como segundo idioma do Brasil

Qualquer hora dissertarei sobre minha teoria de que o Brasil deve adotar o Espanhol (Castelhano) como segunda língua.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Direção ao Mar

Quando nasci era quase nada...
Cada dia que passava tornava-me maior,
Com mais experiência.

Já tendo corrido tempos,
Tornava-me mais forte
E vencia barreiras.

Caminhava com dinamismo em direção ao Mar.
Mas sozinho não conseguiria achar o caminho,
Então me ajuntei ao Grande Rio.
Ele sabia o caminho.

Com a junção, ajudei usinas se moverem.
Irrigava plantas e elas ficavam fortes,
Passavam a ter confiança em suas produções...

Depois de percorrer anos,
Houve o fim.
E foi bom,
Pois sem ele não teria chegado onde mais queria:
O Mar!

E como é bom estar no Mar!
Isto aqui é eterno,
Não tem corredeiras nem cachoeiras;
É lindo,
Indescritível...

Como é gratificante ter-me filiado ao Grande Rio,
Ter dado forças para usinas e ter irrigado plantas!
Agora desfruto de tudo Isto aqui...

Foz, 15/01/85

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Na Guerra

Nosso soldado mata,
Um, dois, três...
Nós aplaudimos quem mata,
Afinal,
É para defender nossa pátria!

E se não defendermos nossa pátria?
Ela ficará aqui mesmo.
Não importa o nome,
Importa que ninguém morra;
Que nenhum soldado mate,
Um, dois, três...

De que adianta você dizer que não mata,
Se aplaude quem mata?

Pela terra que não sai do lugar,
Um ser humano,
Que não pode dispor nem da própria vida,
Tira de um,
Dois, três...

Foz, 18/04/85