A Grande Ave voa nas madrugadas,
Como se dela dependesse a vinda do dia,
Ou da noite eterna.
Nas cidades,
Só se ouve o barulho das vergonhas,
Cada vez mais saindo das pessoas,
E voando para a inexistência.
Nos sertões do Terceiro,
E em mais algumas partes do mundo,
Só se ouve o choro das crianças,
Dos adultos
E dos velhos,
Que humildemente passam fome,
Sem saber o que se passa no Primeiro.
A Grande Ave,
Horrível como lá embaixo,
Espera a oportunidade para fazer mais uma loucura,
E mais um errar.
Ela voa,
Mais rápido que o som,
Mais rápido que a luz. (Velocidade do pensamento)
Ela destrói o que presta,
E protege o que não presta!
No mundo inteiro,
Menos no Primeiro,
Só se vê a Grande Ave!
Mas também lá ela se faz presente.
Só que,
De forma invisível.
E é geralmente de lá que ela vem!
Foz, 17/10/85
* Publicado no Jornal A Outra Voz, do DCE da Unioeste/Toledo, em dezembro de 1990.
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