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sábado, 10 de agosto de 2013

POR QUE POLITIZAR-SE*

           Geralmente estamos queixando a falta de algo – e sempre dizemos que a culpa é dos políticos. Nunca são outros os culpados.
Por isso devemos perceber a importância da Política e buscarmos entendê-la. Não para simplesmente sabermos em quem votar, mas para que sejamos também políticos. Pois, ser "político" não é necessariamente exercer uma função que se tenha conseguido através do voto popular, mas é ter consciência do que seja melhor para um grupo, para um povo, e procurar passar essa consciência para os outros. Ser político é, além de conscientizar, tentar, com o que é sabido, fazer algo concreto pelo bem dos outros (até mesmo resolvendo ser um político partidário, pois se um político exercer sua função preocupado realmente com o bem, será capaz de fazer muita coisa – já que tudo o que a sociedade consegue para sua totalidade é através da política). Sabemos que geralmente os políticos estão preocupados em ficar ricos com o dinheiro do povo, mas são sempre eles que têm o poder para fazer estradas, hidrelétricas, influenciar na queda da crise...
Por isso é importante sabermos como é a Política, para que possamos ao menos protestar quando vermos que algo está errado, e para que possamos saber qual deles tem uma proposta e um partido que seja coerente com as necessidades do povo.
Agora, para que alguém seja consciente sobre tudo isso, não pode ficar só no que lhe é passado por uma corrente ideológica: é preciso estudar a história da política, de forma que se chegue a conhecer todas as correntes. Nós sabemos que existe Capitalismo radical, (selvagem); Capitalismo mais social, humanitário (que, porém, vai se radicalizando até ficar selvagem); Socialismo tirânico; Socialismo democrático; Comunismo, Anarquismo e, para nós daqui, o Equibasismo (que ainda não existem em nenhum país).
Para termos, um dia, um país que dê possibilidades para todos, é necessário, como já disse antes, consciência. E então, com ela, poderemos escolher candidatos que correspondam aos nossos anseios – e não aqueles que defendem os burgueses gananciosos, latifundiários, capitalistas estrangeiros.
Ninguém de nós quer um poder opressor (melhor mesmo é se não existisse Governo), mas o anarquismo (que vê o Governo como a causa de todo o mal, e vê na organização de grupos autônomos a forma ideal de viver) ainda não conseguiu se instalar num país por muito tempo. Sendo assim, é necessário, através do conhecimento de política, percebermos que um Bakunin (anarquista) e um Marx (comunista) buscaram o mesmo ideal (que é o país sem governo). Este, porém, sabia que antes era necessário passar pelo Socialismo (que é uma fase onde ainda se precisa do Governo), mas que seja um socialismo democrático – onde o Governo dê liberdade para a organização de grupos, cooperativas, sociedades, associações, de forma que o povo possa se conscientizar ao ponto de não mais precisar de governo; que o povo possa escolher por si só o que é melhor para todos e para cada um em particular.
É isto. Espero que esta gama de dados sobre política venha dar pistas para que cada um reflita e possa escolher caminhos que levem, sempre mais, as pessoas à Democracia (que é a possibilidade de escolher como se realizar e ter condições de se chegar ao fim escolhido). Mas, como disse antes, não podemos ficar presos a uma ideologia somente, por isso até mesmo o que eu escrevo aqui espero que seja lido com olhos críticos, pois só através da leitura crítica é que se chega à politização real e significativa na busca de nossos ideais mais elevados.
 
* Publicado no Jornal A Outra Voz, do DCE da Unioeste/Toledo, em em dezembro de 1989.

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