Não tenho bem certeza, mas suponho que tenha ocorrido em
Veneza. Isso mesmo: Veneza.
Eu era um mero espectador, mas, ao mesmo tempo, uma parte
indispensável desta história. Era tudo muito confuso, mas eu não queria desistir;
queria ver o fim a qualquer custo.
Os barcos, lindos, passavam, sempre com duas ou mais
pessoas. As ruas eram de água. Bonita cidade, e romântica também.
De repente um tiro de uma janela e um barco tomba. Lá se vai
uma vida... Pessoa amiga... Não merecia morrer tão jovem... Só sessenta e oito
anos!
Pela primeira vez eu vi uma pessoa ser assassinada e, é
lógico, não pude fazer nada. Quem atirou havia sumido, desaparecido em uma das
inumeráveis janelas daquelas lindas construções à beira das ruas d’água.
Todo mundo apavorado, correndo e batendo barco com barco, as
pessoas nadando até as margens (daria até para escrever um livro sobre o
assunto). Aparece novamente quem havia
atirado – é uma anciã – e recomeça a atirar... Todo mundo grita, e no mínimo, três
estão mortos.
Como espectador, pareceu que levei um tiro; como personagem,
ainda estava tentando me salvar. Não havia levado sequer um arranhão.
Nilton, Niltom e Newton, esses sim, todos feridos, mas
salvos e tendo, também, conseguido salvar o pai, Sr. Juan, com vida.
Depois dessa segunda vez de ataque a polícia conseguiu
localizar de onde vieram os tiros e prender a mulher... Na Delegacia a velha
disse que estava simplesmente testando uma arma que acabara de comprar.
– Por que você tinha que matar para testar sua arma? Não poderia
ser um alvo não vivo?
– Claro que não. Eu comprei a arma para me defender de
loucos... Existem muitos, e como loucos são
gente o teste também deveria ser com gente!
O resto da história?
Não sei. Era sonho, e eu inesperadamente “mudei de canal” e passei a sonhar
com...
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